Monday, October 27, 2008

Mais de 60 aeroportos descumprem normas de segurança

26/03/2008 - 09h25

BRASÍLIA - Mais de 60 aeroportos no interior do país descumprem atualmente normas internacionais de segurança e podem até ser fechados caso não haja correção dos problemas nos próximos meses. O alerta foi dado ontem pela presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Solange Vieira, em audiência na Câmara dos Deputados. Entre os problemas apurados, a diretora mencionou a inexistência de equipamentos de raio-X e a fragilidade no controle de acesso aos aviões.

Estão na lista aeroportos principalmente do Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Só no Amazonas são mais de dez. " São mais de 60 (no país) com esse tipo de problema " , disse Solange, que procurou afastar qualquer receio de voar por parte dos passageiros. " Os aeroportos do Brasil estão absolutamente seguros. "

Segundo a diretora, a maior parte dos descumprimentos se refere a procedimentos de segurança (security, no termo em inglês, adotado na aviação) e não de segurança operacional (safety) - este sim relativo à operação das aeronaves e estado das pistas. Solange avisou que, " se formos seguir ao pé da letra " , esses aeroportos terão que ser fechados. A agência está fazendo um levantamento de quais as adaptações necessárias e deverá exigir uma solução antes da auditoria da Organização de Aviação Civil Internacional (Oaci), a ser feita em 2009. Se encontrar problemas, a organização pode rebaixar o Brasil na classificação internacional.

A presidente da Anac deixou em aberto a possibilidade de " flexibilização das normas " . Auxiliares argumentam que alguns aeroportos, principalmente na região amazônica, estão em municípios de acesso complicado e às vezes são a única forma de transportar doentes. Solange participou, ao lado do chefe do Cenipa, brigadeiro Jorge Kersul, de audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional para discutir a segurança de Congonhas.

Kersul disse que pretende ter o relatório final do acidente com o vôo 3054 da TAM até julho, antes da tragédia completar um ano. De qualquer forma, enfatizou que a Aeronáutica já divulgou dezenas de recomendações, em função da experiência com o acidente, para aumentar a segurança em Congonhas e nos demais aeroportos.

(Daniel Rittner | Valor Econômico)

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