Sunday, August 31, 2008

Norma Regulamentadora 25 -Resíduos Industriais

GESTO AMBIENTAL NAS EMPRESAS DO PLO DE SADE DE TERESINA

Daniela Fideles da Silva


Introdução


A destinação dos resíduos industriais, líquidos e sólidos, é motivo de preocupação das empresas, pois necessitam de cuidados minuciosos durante o processo, desde sua correta classificação, tratamento, coleta, transporte até sua destinação final.

A NR 25 é a Norma regulamentadora que trata sobre a segurança ligada a Resíduos Industriais, de modo a proteger a salubridade dos trabalhadores.


Aspectos Legais - NR 25


Os Resíduos gasosos.

A norma prevê a eliminação destes resíduos dos ambientes de trabalho através de métodos, equipamentos ou medidas adequadas, sendo proibido o lançamento ou a liberação de quaisquer contaminantes gasosos sob a forma de matéria ou energia, direta ou indiretamente, de forma a serem ultrapassados os limites de tolerância estabelecidos pela Norma Regulamentadora NR 15, que trata de insalubridade.

O Controle de Resíduos gasosos.

As medidas, métodos, equipamentos ou dispositivos de controle do lançamento ou liberação dos contaminantes gasosos deverão ser submetidos ao exame e à aprovação dos órgãos competentes do Ministério do Trabalho, que, a seu critério exclusivo, tomará e analisará amostras do ar dos locais de trabalho para fins de atendimento a estas Normas.

Os métodos e procedimentos de análise dos contaminantes gasosos estão fixados na Norma Regulamentadora NR 15.

Na eventualidade de utilização de métodos de controle que retirem os contaminantes gasosos dos ambientes de trabalho e os lancem na atmosfera externa, ficam as emissões resultantes sujeitas às legislações competentes nos níveis federal, estadual e municipal.

Resíduos líquidos e sólidos

Os resíduos líquidos e sólidos produzidos por processos e operações industriais deverão ser convenientemente tratados e/ou dispostos e e/ou retirados dos limites da indústria, de forma a evitar riscos à saúde e à segurança dos trabalhadores.

A disposição dos líquidos e sólidos

O lançamento ou disposição dos resíduos sólidos e líquidos de que trata esta norma nos recursos naturais - água e solo - sujeitar-se-á às legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.

Os resíduos sólidos e líquidos de alta toxicidade, periculosidade, os de alto risco biológico e os resíduos radioativos deverão ser dispostos com o conhecimento e a aquiescência e auxílio de entidades especializadas/públicas ou vinculadas e no campo de sua competência.


Aplicabilidade da Norma


Cerca de 10 a 20% dos resíduos industriais podem ser perigosos ao homem e ao ecossistema. Incluindo produtos químicos, como o cianureto; pesticidas, solventes, asbestos e metais.1

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima em 35 milhões anuais de casos de doenças relacionadas ao trabalho por exposição a substâncias químicas de 439.000 mortes, incluindo, entre outras causas, 36.000 óbitos por pneumoconioses, 35.500 óbitos por doenças respiratórias crônicas, 30.700 por doenças cardiovasculares e 315.000 óbitos por câncer. 2

Dados dos Estados Unidos mostram que 9% das fatalidades no trabalho em 2006 estão relacionadas à exposição a substâncias nocivas. 3

Resíduos Gasosos

São numerosos os gases que podem estar presentes no ambiente de trabalho e quando inalados, desenvolvem efeitos irritantes, principalmente nas vias respiratórias podendo levar ao edema pulmonar, derrame pleural e outras reações. A exposição aguda ou crônica do trabalhador pode provocar uma alteração crônica das vias respiratórias.4

Os Principais Resíduos Gasosos Gerados em Indústrias e suas conseqüências sobre a saúde humana são: 5

* Monóxido de carbono, causa danos ao aparelho respiratório e diminuição da capacidade visual;

* Óxidos de Nitrogênio, causam irritação das mucosas e carcinogênicos;

* Hidrocarbonetos, causam efeito carcinogênico;

* Material Particulado, causa redução da capacidade respiratória e visual além de carrear poluentes tóxicos para o pulmão;

* Gás Sulfídrico, causa odor desagradável; danos ao aparelho respiratório e problemas cardiovasculares;

* Clorofluorcarbonos, causam câncer de pele e catarata;

Como exemplo, na indústria de fundição, os poluentes gasosos são decorrentes do vapor da fusão e vazamento dos metais e do material particulado, disperso na atmosfera, proveniente das partículas muito pequenas presentes na areia utilizada no processo, como subproduto do processo de fusão, gerando cinzas, metais (particulados e vapor), dióxido de enxofre, monóxido de carbono, compostos fenólicos e outros orgânicos. Os contaminantes metálicos resultam dos componentes do metal fundido.6

Em hospitais, os efluentes gasosos são provenientes do processamento de serviços ligados a caldeiras, tratamento de resíduos, especialmente autoclave, incineração, fogão, lavanderia e laboratório de química.7

Resíduos Sólidos e Líquidos

Tomando como exemplo as indústrias petroquímicas do pólo de Camaçari, que possui 52 empresas instaladas, gera grande quantidade de Resíduos Industriais. Para o tratamento e destinação final de seus resíduos, o pólo conta com a empresa CETREL que conta com aterro específico, com incineradores de Líquidos e Sólidos, além de outros mecanismos de tratamento.8


Conclusão



Os resíduos dos ambientes de trabalho podem levar o trabalhador à condições inseguras, várias são as doenças que podem ser causadas a trabalhadores expostos a tais resíduos. Porém a norma regulamentadora indica a necessidade de atenção da empresa para seu armazenamento, transporte e disposição final.


Referências Bibliográficas



1. Kraemer, Maria Elisabeth Pereira. Como quantificar e contabilizar os resíduos industriais. Disponível em: http://br.monografias.com/trabalhos/quantificar-residuos/quantificar-residuos.shtml. Acesso em 30 Ago. 2008

2. Kato, Mina; Et. al. Exposição a agentes químicos e a Saúde do Trabalhador. Disponível em: http://www.fundacentro.gov.br/rbso/BancoAnexos/RBSO%20116%20Apresenta%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em 31 Ago 2008.

3. EUA – National Census of Fatal Occupational Injuries in 2006. Disponível em: http://www.bls.gov/news.release/History/cfoi_08092007.txt. Acesso em: 31 Ago 2008

4. SOUTO, Daphnis Ferreira. Gases e Vapores no Ambiente de Trabalho. Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança. Disponível em: http://www.sobes.org.br/Figuras/gases.pdf. Acesso em: 27 Ago 2008.

5. PEREIRA, José Almir Rodrigues. Geração de Resíduos Industriais e Controle Ambiental. Disponível em: http://www2.desenvolvimento.gov.br/arquivo/sti/publicacoes/futAmaDilOportunidades/rev20011213_01.pdf. Acesso em: 28 Ago. 2008.

6. MATOS, Stelvia Vigolvino. Alternativas de Minimização de Resíduos da Indústrias de Fundição. 19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Anais. 1742- 1755p.

7. DA SILVA, Teresinha de Jesus Ferreira. Et. Al. Resíduos dos Serviços de Saúde (Gestão Ambiental nas Empresas do Pólo de Saúde de Teresina). Disponível em: http://www.abresbrasil.org.br/pdf/31.pdf. Acesso em: 30 Ago. 2008.

8. FONSECA, Tereza Maria Lisboa. Gestão de Resíduos Sólidos Perigosos: Diagnóstico das Indústrias do Pólo de Camaçari. Dissertação de Mestrado. Universidade de Brasília – UnB. Brasília, 2003.

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